O que vocês acham de sair da área de desenvolvimento para a área de suporte?
Não sei você, mas eu já escutei essa pergunta algumas vezes, o inverso talvez mais. Ontem no Facebook, em um grupo de tecnologia tivemos um bom debate sobre essa pergunta. Obviamente alguns questionavam o autor da publicação se ele estava louco, se ele queria ganhar menos, se ele gostaria de trabalhar mais por pouco dinheiro, e alguns mais radicais diziam que trabalhar com suporte é ser o servente do T.I.
Eu fiz o caminho inverso, trabalhei durante alguns anos com suporte até cansar, então busquei uma faculdade de Sistemas de Informação, me formei, mas acabei me especializando mesmo no desenvolvimento de websites, e-commerce e SEO, onde atuo hoje. Acredito que tendo atuado nessas duas áreas eu posso contar um pouco do que penso sobre esse questionamento.
Quando trabalhei com suporte, a maioria das vezes, foi como terceirizado, quem trabalha como terceirizado sabe bem como funcionam as coisas, a cobrança vem lá do topo da montanha como uma bola de neve em uma avalanche, quando a solicitação chega até você vem enorme e cheia de responsabilidade. Trabalhei muito no que costumamos chamar de HelpDesk, é uma tal de troca de empresas nas licitações, é um tal de admite, demite, assinar carteira, da baixa na carteira, mudança de turnos, você está trabalhando no turno matutino, então te colocam repentinamente no vespertino, plantões de final de semana. Loucura não?
Pare de reclamar e tome uma atitude
Vejo muitos profissionais reclamando de empresas quando saem, ou por conta do tratamento dos superiores, ou por conta do baixo salário, do horário de trabalho, etc. Muitas vezes fazem duras críticas em redes sociais não profissionais, rodas de amigos e aqui no Linkedin. Lembro que em uma dessas empresas houve uma brecha para que alguns funcionários pudessem ser demitidos e não fossem contratados pela nova que assumiria, lembro que ao tomar essa decisão alguns superiores ficaram surpresos, sim, eu era bom no que fazia, e gostava do que fazia, sabemos que nessas empresas a rotatividade é absurda, pois nem todos estão preparados para os desafios. Em uma outra empresa eu também peguei os superiores de surpresa, se eu estava insatisfeito tinha que partir de mim a decisão, não só pedi demissão como solicitei que descontassem o que fosse necessário para que eu nem precisasse voltar no dia seguinte para cumprir o tal período que para dizer a verdade nem lembro o nome aqui.
Foi aí que decidi partir para desenvolvimento. Me perguntam se eu tenho raiva ou arrependimento por ter trabalhado nessa área, claro que não, nessa área você aprende a se relacionar com o cliente, seja por telefone ou seja presencialmente, você aprende a “desenrolar” problemas com mais facilidade, aprende a dialogar melhor, aprende a escutar e entender os problemas do cliente, aprende a filtrar o que deve ser guardado e o que deve sair pelo outro ouvido, aprende a filtrar informações. Hoje sou o que sou na empresa que possuo por conta de tudo que passei quando atuava na área de suporte. Todo o traquejo que carrego vem dessas empresas, empresas que eu sou grato por terem me contratado.
Hoje, envolvido com criação de websites, e-commerce e SEO, me considero extremamente preparado para apresentar um projeto, resolver um problema, fechar um negócio. Tudo isso por conta da bagagem que adquiri. Hoje, se me perguntar qual é a primeira pergunta que eu faço para um profissional que quer trabalhar no meu time, seria onde ele atuou inicialmente e se já trabalhou com suporte e atendimento ao cliente.
Então onde é melhor atuar?
Eu penso que as duas áreas têm muitos pontos positivos e alguns pontos negativos, se você vai ganhar bem em uma ou outra área eu não sei, será resultado dos seus esforços, se está insatisfeito pesquise, busque informações com profissionais que já atuaram ou atuam na área. Tenho colegas da área de suporte e infra que estão muito bem de vida, porque são ótimos no que fazem. Você vai perguntar se um prédio é seguro ao médico ou ao engenheiro? Vai perguntar se a saúde está boa ao médico ou ao economista?
Isso é o que eu tenho para falar sobre esse questionamento, é um pensamento bem pessoal, mas não deixa de ser interessante, certeza que alguns profissionais vão se identificar um pouco com a minha história.
Busque informação, nunca opinião. Lembre-se de não escutar opiniões construtivas de quem nunca construiu nada.